Precisamos fazer a distinção entre a história antiga da dança com os véus e a história contemporânea. Pensemos sobre os últimos 100 anos. Ambas são importantes mas não parecem correlacionadas. Não há menção sobre qualquer dança com véus depois dos períodos Grego e Romano no norte da África. A utilização dos véus parece ter vindo novamente a tona apenas no final do século XIX.
É difícil pesquisar esse assunto, pois mulheres dançando com véus é um tema muito popular. Esse tema já foi explorado, usufruído e pesquisado por oportunistas e artistas desde a antiguidade até o presente. Dançar com véus tem invocado alternadamente a imagem da modéstia genuína assim como o erotismo acentuado pela nudez. As antigas divindades ascendiam aos céus, desciam até o mundo subterrâneo e por vezes voavam. Esse movimento é descrito na arte por véus flutuantes e algumas divindades também dançavam.
O maior obstáculo para nosso entendimento da história na dança com os véus vem das versões distorcidas da dança, apresentação inapropriada das dançarinas e informações imperfeitas fornecidas por historiadores. Um exemplo excelente disso foi a dançarina Zourna; seu pai era um árabe tunisiano e a mãe francesa. Ela passou a sua infância na Tunísia, onde aprendeu a dançar. Quando seu marido morreu e sua família perdeu todo o dinheiro, ela se transformou em bailarina profissional para sobreviver. Ela estudou ballet e coreografou peças de “fusão”, misturando dança tunisiana com ballet. Ela recebeu o merecido título de “autêntica”, pois o que ela apresentava dificilmente poderia ser classificado como oriental. Ela ficou famosa, e muitas de suas “interpretações” criaram mitos acerca da Dança Oriental.
Continua...
Texto traduzido do manuscrito The Illusive Veil, de Elizabeth Artemis Mourat.
Fonte: <www.lulusabongi.com.br>
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