quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Calças na Dança do Ventre

     

         Baseadas nas calças usadas pelas mulheres turcas e costume entre as odaliscas e escravas nos palácios, a calça atualmente, é mais usada pelas crianças ou em determinadas danças.
        Algumas bailarinas optam por usar calças em vez de saia em alguns dos seus espectáculos. As mais usuais são as chamadas calças de harém (também conhecidas como calça saruel, calça aladin ou calça odalisca). Largas e compostas por um tecido leve, têm um elástico na cintura e no final das calças, o que faz com que as calças façam uma espécie de “balão”.
        Podemos dizer que nas apresentações de tribais, calça costuma reinar em sua produção. 





Fonte:
http://cadernosdedanca.wordpress.com/tag/tribal/
http://seteveus.blogspot.com/2007/05/um-dos-aspectos-ter-em-conta-para.html
http://www.portalyasmin.net/veste.htm

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Modelos de Saias para Dança do Ventre


                                                              
Modelo Água: Saia godê na abertura dos quadris com duas aberturas (fendas) frontais. Costuma-se usar outra saia por baixo, respeitando as duas aberturas frontais. As cores dos tecidos podem ser brilhantes ou pastéis, dourados ou prateados. Os tecidos podem ser opacos ou tecidos translúcidos. Muitas bailarinas utilizam duas saias sobrepostas. A duplicação dá um efeito ainda mais bonito, pois o volume dos movimentos aumenta. Ótima para giros.


      


Modelo Terra: Saia com duas aberturas frontais, recortadas de forma retangular, com cós ou elástico. Os tecidos podem ser de cetim com elastano, jérsey, liganete ou seda.
                




Modelo Ar: Saia justa com cós, porém, sem elástico; as duas aberturas são laterais e não como as outras (frontais). Tecido: pode ser de jérsey ou cetim com elastano. Também leva os mesmos tipos de tecidos da anterior. Geralmente são justas ao corpo.


    Detalhe da abertura lateral

Modelo Fogo: Saia composta de sete quadrados iguais do tecido e presos nas laterais e no cós da saia, com duas aberturas frontais. Os tecidos podem ser coloridos (da mesma cor ou em cores alternadas).


OBS da Prof. Ana Paula: Agora que vocês já conhecem os modelos das saias, divirtam-se nas compras!rsrs...
E é claro: não adianta ter a saia mais linda se não treinar nas aulas!!!

BJUS e Soltem os Quadris!!!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Geometria do Corpo


A Estrutura Ideológica da Forma no Corpo

O Círculo 
O círculo é uma figura racional, representa estabilidade evolutiva, por estar sempre em contínuo movimento. O círculo é constituído por uma curva contínua sem fim. Em movimento no corpo, atua como descongestionante de tensões acumuladas.
Em termos de movimento, pode estar relacionado ao aspecto mãe-feminino, embora em sua representação numínica possa estar ligada ao aspecto masculino-pai; isso porque o círculo comumente está associado à representação do céu, que na nossa cultura está ligado ao aspecto psicológico do pai, embora em algumas outras culturas como a egípcia antiga, por exemplo, o círculo representasse o céu pela deusa Nut, a mãe-céu, e na grega, Gaia, a terra, que é redonda. Em termos de movimento, está relacionado à mãe porque seu efeito visual é feminino.
Assim, redondos são movimentos de natureza cinestésica yin. Os movimentos circulares também podem representar a convergência ao centro feminino, com sua respectiva simbologia uterina e ctônica com o centro da terra – convergência para o centro feminino interior, convergência para si mesma.

A Estrutura Ideológica da Forma no Corpo

O Triângulo
O triângulo representa dinamismo, estabilidade e, mobilidade, mas, se invertido, pode representar perigo, instabilidade e desequilíbrio. O triângulo é constituído por linha ascendente e descendente diagonal e reta horizontal, que são representadas, na dança, através dos acentos dos shimmies. É uma figura racional e masculina, embora nas pesquisas de Lawlor, sua relação seja simbolicamente intermediária – entre o feminino e o masculino.
Em termos de movimento, ele pode aparecer nos momentos de transição – de um movimento feminino para um masculino, a fim de criar alguma coisa nova. O que caracteriza um movimento em gênero, é sua característica visual, seu significado numínico e sua natureza cinestésica. Por exemplo: num deslocamento, ou com um peso em uma perna, eu realizo movimentos yin, como oitos e redondos.
Ao transferir o peso para a outra perna, ou me dirigir para a segunda extremidade do espaço cênico, eu realizo movimentos yang (shimmies e breaks) e em seguida concentrar o peso entre as duas pernas ou projetando-o para frente ou para trás, ou ir para o terceiro ponto do espaço cênico e misturar os dois tipos de movimentos.
A Estrutura Ideológica da Forma no Corpo

O Quadrado
O quadrado é também uma figura racional, representa força, segurança, imobilidade, racionalidade, ausência de emoções e poder. O espaço cênico mais utilizado é o quadrangular ou retangular.  Nossas técnicas de deslocamento na dança são realizadas em função dessa organização espacial que inspira ordem para execução coreográfica. O quadrado, constituído por retas verticais e horizontais, é um referencial para o deslocamento e para nossa inserção no espaço de dança.
Em termos de movimento, está relacionado com o aspecto masculino-pai, porque caminha em linha reta, representando a busca do destino através do intelecto, embora, na acepção de Lawlor e outros como Tuan, sustente a idéia da mãe, por ser considerado a primeira forma nascida e utilizado em mandalas para representar a terra, que possui qualidades femininas.
Podem ser considerados “movimentos quadrados”, os movimentos interrompidos, truncados, estacados e deslocamentos em linha reta. O Shimmy Soheir Zaki, por exemplo, se executado de forma seca, sem tremidos, se torna um movimento quadrado. Estes movimentos trabalham aspectos masculinos da mulher, são movimentos yang.

A Estrutura Ideológica da Forma no Corpo

O Oito


Os esquemas geométricos da vida, no mundo atual, são estudados, segundo Jung, através da microfísica, que, por meio de fotografias, revelam nas imagens, os intervalos das relações geométricas microscópicas. (No entanto, deve-se levar em conta, a interpretação e leitura que os sensores ópticos dos aparelhos, fazem desse mundo microscópico).
Todos estes elementos da geometria se verificam, são interpretados na forma plástica da Dança do Ventre. Ela possui movimentos retilíneos em que a cabeça desliza de um lado para o outro, o tronco (parte superior) e o quadril (parte inferior), também. Ela possui determinados tipos de movimentos com os ombros e o tronco que quando feitos, se unem formando arestas e figuras. Possui movimentos curvilíneos em que os braços imitam serpentes e suas mãos são suas cabeças, em que os quadris se movimentam para baixo e para cima, para frente e para trás ou diagonal, formando o círculo ou redondo e o oito, símbolo do infinito.

Esta questão em particular, o oito, merece consideração especial. Sua definição na matemática é “Lemniscata” (do latim lemniscatum), estudo da geometria referente às curvas em forma de 8. Sua forma pode sugerir instabilidade quando é executado sem constância, de maneira desregulada, sem ritmo, conturbada e agressiva. Quando suas curvas são muito fechadas, passam a sensação de limite e prisão. Mas também pode ser executado com curvas amplas e assumir uma estrutura lírica, sensual e emocional. É também a figura do labirinto, ele vai e volta, vai e volta, exatamente como num labirinto sem fim.
Em seu aspecto positivo, trabalha a simetria e a assimetria, a ordem, o grande e o pequeno, como elementos a serem explorados como recursos para o auto-conhecimento: por exemplo, emoções lineares como a paz, emoções assimétricas e inconstantes como a raiva, as grandes e as pequenas emoções que vivenciamos em cena quando inspiradas pela música ou movimento.
As dificuldades mecânicas em algumas dessas variações indicarão a necessidade de se trabalhar aspectos até então desconhecidos pela praticante que se revelarão, que podem variar, desde uma dificuldade de se realizar um oito num plano diferente, até uma dificuldade de soltar o quadril.
O círculo na Dança do Ventre é uma estrutura bastante conhecida: os redondos, vulgarmente conhecido como “rebolado”.
O interessante é que se unirmos dois redondos, teremos de novo o oito. Num aspecto filosófico,  Aluísio Dias (1998) se refere ao 8 como o número divino. O Número de Deus. E faz a seguinte colocação:
“O gozado é que só agora, com o aparecimento dos números digitais, qualquer um pode observar que no número oito estão contidos todos os outros números.
Coincidência gráfica?
Na verdade o símbolo 8 ou 8 ou 8 é a mesma coisa. Nos prova a dualidade do universo”.
O mesmo autor ainda coloca que a tese do oito foi cientificamente comprovada pelo astrônomo Denis Di Chico, através de uma máquina fotográfica direcionada para o sol, com o objetivo de, durante um ano, na mesma chapa, fotografar a forma do reflexo da órbita da Terra em relação a ele, e o resultado obtido foi: o oito, embora a Terra possua uma rota elíptica que torne os círculos do 8 irregulares.
Ousadia ou não, a idéia existe.
O Universo, ou o Oito, na Dança do Ventre, é um símbolo maravilhoso. Adaptando a idéia de Aluísio, “Nós unimos os versos”.


BJS!!!
Ana Paula

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Minhas aluninhas!

Essa apresentação ocorreu em janeiro de 2011, no espetáculo de dança "Era uma vez...no Studio".

                                FOI UM GRANDE SUCESSO!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Dança com Véus III (última parte)

 Na Rússia, as danças ciganas também utilizavam xales, assim como na Espanha, as dançarinas de flamenco usam seus mantons. 

Guilhermina Martinez Cabrejas, bailarina espanhola - 1917-2008


       A dança com véus como conhecemos hoje, entrou para as apresentações teatrais de dança oriental a partir de 1940. A historiadora Morocco diz que, durante suas viagens ao norte da África e Egito, ao perguntar para as famosas dançarinas egípcias Samia Gamal e Tahia Carioca por que não havia danças com véus, recebeu a seguinte resposta: “não sabíamos da existência de uma dança que utilizasse véus até bem pouco tempo. Nem havíamos ouvido falar em algo desse gênero". 


          O que tivemos de concreto foi na época do rei Farouk. Uma coreógrafa russa chamada Ivanova, por volta de 1940, foi convidada para a corte egípcia para ministrar aulas para as filhas do rei, e ensinou Samia Gamal algo sobre o trabalho com véus, entradas em cena e enriquecimento da elaboração do movimento de braços. Ivanova, por sua vez, parece ter aprendido através de uma dança caucasiana do Marrocos. Ela ensinou outras dançarinas famosas como as gêmeas Jamal. Samia Gamal tornou o véu popular nos teatros egípcios e o apresentou nos Estados Unidos em um filme entitulado Ali Babá e os 40 Ladrões, que foi então exportado para outros países. 
                                                                 Samia Gamal (1924 - 1994)

  O véu foi popularizado e incorporado por outras dançarinas orientais em seu repertório. O balé russo adicionou o véu a suas coreografias, talvez emprestando essa idéia do Cáucaso ou de Salomé de Oscar Wilde.
       A dança com véus foi popularizada nos Estados Unidos e tem suas raízes na Dança dos Sete Véus, de Oscar Wilde, por intermédio das famosas dançarinas KateVaughan e Lole Fuller e das visões hollywoodianas do antigo Oriente. É bem possível que Hollywood tenha sido influenciada pelos cartões postais da virada do século, que mostravam mulheres semi-nuas, posando como bailarinas de harém. Colorida e sensual, é fácil compreender por que a dança com véu se popularizou. Em 1950, havia pouquíssimas dançarinas orientais nos Estados Unidos. Podiam ser encontradas apenas em casas noturnas étnicas. Se elas executavam sua dança com véu, era mais por influencia de Hollywood ou de Samia Gamal, do que propriamente um costume trazido do Marrocos.

       Pessoas do norte da África e do Oriente Médio não compreendem a dança com véus de hoje. Não trata-se de um strip-tease. Por essa razão, as dançarinas orientais usam os véus por pouquíssimo tempo, ao entrar em cena, e logo os abandonam. “Elas não perdem tempo utilizando-o, já que seu público não o aprecia”, diz Morocco.
       De qualquer forma, essa dança muito difícil de ser rastreada, não deixa de ser por isso interessante e encantadora. Há uma perda de continuidade na história de dança dos véus. Ela aparece, desaparece, e aparece novamente. Tornou-se fora de moda no Egito, mas pode ser encontrada na Turquia. Para ter os mais interessantes e elaborados usos dos véus, precisamos observar as bailarinas dos Estados Unidos, Inglaterra ou Europa.
       A magia e a sensibilidade de uma bela dança utilizando os véus pode proporcionar uma experiência deliciosa e um banquete para os sentidos...



Texto traduzido do manuscrito The Illusive Veil, de Elizabeth Artemis Mourat.

Dança com Véus II

Continuação...



       No final do século XIX e começo do XX, surgiram diversas fotografias de mulheres dançando com o que pareciam ser lenços ou xales. Muitas dessas imagens eram fotos posadas o que deixava dúvidas acerca de sua autenticidade; poderia ser mais um exemplo do gosto do fotógrafo do que propriamente um documento fidedigno da arte daquela época. Ingleses e europeus eram ávidos compradores dessas provocantes fotografias.

       Os fotógrafos descreviam o racismo dos orientalistas, a fantasia machista de como deveriam ser as mulheres dos haréns. Essas mulheres eram claramente exploradas. Acredita-se que pertenciam a famílias simples, mulheres muito pobres, prostitutas, dançarinas e escravas. As famílias de mulheres respeitáveis nunca permitiriam que elas fossem fotografadas. Podemos supor, então, que as pessoas presentes nas fotografias não eram de fato representativas da maioria da população.

       Houve realmente numa determinada época danças com véus no norte da África e elas podiam ser divididas em duas categorias: a dança dos lenços e a dança dos xales. Ambas similares em sua natureza, mas com movimentos diferentes de acordo com sua proposta.
A dança dos lenços utilizava um ou ocasionalmente dois lenços. Um lenço era mantido em cada uma das mãos ou ambas compartilhavam apenas um lenço. O lenço ou echarpe era agitado no ar, rodado, enrolado ou trançado. A movimentação era rápida. Algumas dessas danças são representadas até hoje na Argélia, Marrocos e Tunísia.
       Havia outras danças apresentadas no Oriente Médio, que também usavam véus. No Azerbaijão, as mulheres usam em sua dança lenços, echarpes e véus para acentuar sua beleza. Enquanto dançam, revelam delicadamente os olhos, o nariz, a face e o tronco ricamente adornado. Além de tudo, é uma forma diferente de usar o véu, pois essas mulheres geralmente o levavam atado a um chapéu ou na cabeça.
       As dançarinas da Turquia eram em sua maioria ciganas e conhecidas como “cengis”. Às vezes, dançavam com a ponta do véu – que estava preso à cabeça – na boca, preso pelos dentes. Outra dança “cengi” utilizava echarpes propondo uma mímica sobre as relações amorosas. Segurando as duas pontas de um sedoso véu entre os dedos, fingiam ser uma tímida virgem ou uma cortesã no exercício da sedução ou, ainda, usavam esse lenço como uma delicada barreira a cobrir o rosto. Às vezes enrolavam um xale de seda colorido em volta da cabeça e do pescoço. Diversas manifestações utilizando o que para nós hoje é o véu.


Continua...

Texto traduzido do manuscrito The Illusive Veil, de Elizabeth Artemis Mourat.

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